Meio Ambiente/Ecologia
Cemitérios e a Questão Ambiental
13/06/2003
http://www.drashirleydecampos.com.br/noticias/1500
Vez por outra temos que tratar de assuntos que para muitos não é nada simpático. Dessa forma, aqueles que acham que não devam conhecer, por motivos variados, a questão dos cemitérios envolvendo aspectos relacionados ao meio ambiente, recomendo que parem por aqui.
O que me levou a escrever sobre esse tema foi a leitura, neste mesmo "Diário do Vale". que informava os preços na "hora da morte" que se têm que pagar para fazer um sepultamento. Mas o assunto, apesar da lembrança do artigo, nada tem a haver com esses custos. A coisa toda é meramente ambiental.
Em primeiro lugar, para começarmos a nos entender, vamos diferenciar, para o objetivo proposto, uma pessoa viva de uma que morreu. A pessoa viva é um organismo em constantes mutações biológicas, físicas e químicas, próprias do ser vivo; suas formas de poluir o ambiente são bastante conhecidas e definidas. A pessoa morta é, também, um organismo em constantes mutações biológicas, físicas e químicas, só que, a forma com ela polui o ambiente é bastante diferenciada, visto que isso se faz através daquelas pequenos animais, bactérias inclusive que estão vivas e que são responsáveis por processarem a decomposição da matéria orgânica morta, isto é, do corpo do ser que morreu.
Por que, ao morrer, as pessoas são "descartadas como se resíduos fossem"? - desculpem a expressão muito técnica para o assunto. Simplesmente, pelas conseqüências advindas do processo de decomposição do corpo que irá gerar mal estar aos demais seres que estão vivos.
As formas comuns de "disposição" dos cadáveres variam de acordo com as disponibilidades, credos etc. São elas o enterramento no solo ou em gavetas e a incineração.
Vamos, neste artigo, considerar o enterrramento no solo.
A rigor, um cemitério, no que se refere ao enterramento no solo, muito se compara a um aterro sanitário para lixos domésticos, visto que as matérias enterradas são orgânicas, em essência, mas com um agravante, é um aterro sanitário com muito "lixo hospitalar" misturado, visto que, a maioria das matérias orgânicas enterradas carregam consigo bactérias e vírus de todas as espécies e que foram, provavelmente, a causa da morte. Além disso, é importante considerar que metais pesados, advindo de próteses, materiais das urnas etc. vão dar, também, sua contribuição poluidora, vistos os ácidos orgânicos gerados na decomposição cadavérica e que irão reagir com esses metais, isso tudo sem levar em conta, ainda, os resíduos nucleares advindos das aplicações recebidas pelo ser em vida.
Com tudo isso, o solo, que recebe esses ingredientes, de uma forma ou de outra, irá se saturar com eles e apesar de sua capacidade de autodepuração, propiciará que nele se infiltrem tais ingredientes.
Se, por acaso, águas subterrâneas pouco profundas passam sob o terreno do cemitério, elas servirão de transporte de todos esses materiais, podendo fazer com que atinjam as águas de utilização comum das populações vizinhas.
De acordo com isso, as preocupações prévias para a implantação de cemitérios são válidas e devem ser levadas muito a sério, visando evitar efeitos nocivos às populações.
Gil Portugal
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário